Na Capital Italiana

Está decidido. Qualquer viagem que eu venha a fazer pela Europa, certeza que passo pela Itália. La bela cità di Roma! "Và bè"! Os preparos me rendeu algumas chateações. Como já contei aqui, fui convidada por uma amiga a ir visitá-la e no entanto, ela acabou mudando os planos. E eu que preferi confiar até o fim que ela não me deixaria na mão, acabei me decepcionando. Sim, ela sumiu. Foi aproveitar as oportunidades e não me deu satisfações nem explicações. A dias de embarcar tive que procurar um albergue para ficar. Reservamos em um hostel em que lemos muito falar ser bom e com uma ótima staff chamada Mônica. No entanto, uma amiga do meu cunhado acabou oferecendo-nos teto, sem nem mesmo nos conhecer. Arriscamos bem. Cuidado ao planejarem a hospedagem de sua viagem. Busque economizar ficando em casa de amigos, mas esteja certo de que seu amigo estará disposto a recebê-lo. E não se esqueça de averiguar se há necessidade (de acordo com o país que irá visitar) de uma carta-convite. Caso se hospede na casa de algum conhecido, não se esqueça que é necessário que ele lhe envie uma carta convidando-o, escrita no idioma do local de seu destino com seus dados e da pessoa que irá te receber, assim como endereço e telefone de contato.


Os primeiros momentos em território Italiano

Chegamos em Roma. No aeroporto Leonardo da Vinci, localizado em Fiumicino. Não foi difícil encontrar a saída de trem - que é a opção de menor preço - as indicações no aeroporto são certeiras. Ao chegar na bilheteria a única preocupação era: como comprar falando em italiano sem tremer a voz? Alexandre e eu discutimos alguns segundos das palavras corretas que deveriamos usar. E lá fomos e eu disse: "Per favore, due biglieti per stazione termini". Uffa! Um alívio. Valor: 11 EUR. Dica: Não se esqueçam de validar qualquer bilhete de trem, ônibus ou metrô que comprarem na Itália. Na estação, na plataforma onde encontra-se sua linha há sempre umas máquinas, na maioria das vezes de cor amarela, em que você valida seu bilhete introduzindo-o no aparelho. Em seguida seu ticket será validado com um carimbo com hora e data da validação. Caso você seja pego viajando sem validar seu bilhete você pode ser multado na hora. Cuidado! Não vale a pena burlar algumas regras. Em geral os valores das passagens são bem baixos.


O apartamento onde ficaríamos é logo atrás da estação principal de Roma. A estação Termini. Foi fácil encontrá-la. Chegamos e um recado na porta da rua nos esperava."Kika e Alexandre, sejam bem vindos. Toque o interfone. O número do apartamento é xxx". Achamos o máximo. Bom, os elevadores italianos são muito antigos, apertados e de aparência não muito confortável. Amedronta. Mas lá fomos nós com mochilas e malas encará-lo. Era apenas o primeiro de muitos que enfrentaríamos.


Coliseu: Amor a primeira vista

Era quase 21h. Fomos direto ao orelhão avisar que chegamos bem. Ainda era dia. Verão. Estávamos maravilhados. Olhamos no mapa e constatamos que o Coliseu ficava próximo. Decidimos conhecer o centro histórico naquele momento. Mesmo que não encontrássemos nada aberto. Deveria realmente ser lindo ter o primeiro contato com Roma durante a noite. Passamos em frente a uma linda igreja e grande, assim como tudo naquela cidade. Tudo monstruosamente grande. La chiesa Santa Maria Maggiore. E em seguida tomamos uma rua moviemntada até avistarmos o nosso destino. O Coliseu. É simplesmente fabuloso. Confesso que a área do Fórum Romano e Coliseu são minhas favoritas de toda aquela belíssima capital. Ficamos horas ali de uma ponte do outro lado da rua apreciando aquela paisagem que era uma mistura de história antiga com uma avenida bem contemporânea que cortava o centro. Atravessamos e fomos explorando um pouco mais. O Arco de Tito, as luzes que entravam por entre as frestas do Colosseu, ruínas... 

Explorando Roma 
No segundo dia em Roma fomos fazer compras no supermercado. Alexandre, eu e a então já amiga Giu, que nos recepcionava. Algumas coisas bem diferentes. Não existe requeijão. Compramos muitas frutas, inclusive cerejas que são minhas favoritas e orange melone, o favorito de Alexandre, e figo para comer com presunto. E detalhe: Lá, nós que pesamos nossas frutas e colocamos as etiquetas. E temos que colocar luvas plásticas para tocá-las. Temos direito a apenas uma sacola para as compras. Qualquer número de sacola a mais que desejar você precisa pedir e pagar por elas. Compramos macarrão, tomate italiano, queijo, prosciuto crudo (presunto cru), suco de laranja vermelha e claro, vinho. Dentre outras coisas. Em seguida pegamos o metrô para a Stazione Flaminio, com destino a Piazza del Popolo (praça do povo), onde começaríamos nosso tour. Valor: 1EUR. A praça tem duas igrejas gêmeas chamadas Santa Maria dei Miracoli e Santa Maria in Montesanto, século XVII. Elas foram finalizadas por Bernini. É preciso prender a atenção em ambas para descobrir que não são exatamente iguais.


Em seguida era viável seguir pela via del corso, uma famosa rua que funciona como principal, em que interliga vários monumentos: Fontana di trevi, Piazza Navona (onde se encontra a embaixada Brasileira), Pantheon, Campo de' Fiori, Piazza di Spagna, entre outros. Durante todo o caminho vamos nos deparando com várias cenas e paisagens incríveis, contruções antigas, palácios, igrejas, praças e diversas outras fontes. Na Fontana di Trevi um rapaz com rosas me deu um botão. Eu agradeci sem aceitar já intimidada pelo valor que poderia ser cobrado. Ele insistiu entre sorrisos e súplicas. Tomei a rosa em minhas mãos e  como imaginei começou a fazer um gesto alisando o polegar que significava dinheiro. Minha atitude foi devolver a rosa. Ele escondeu as mãos e não a aceitava de volta. Virou as costas para mim e começou a mandar Alexandre lhe pagar. "Money, money." Com muito custo eu consegui fazer com que pegasse sua flor de volta. Não a queria sob tais condições.

Terminamos o dia no que chamam de Bolo de noiva ou Máquina de escrever por sua forma, ou elefante branco, por sua cor que contrasta com a paisagem em ruínas ao redor. É o Vittoriano, Monumento dedicado a Vítor Emanuel II, ou ainda Monumento do Soldado Desconhecido, localizado na Piazza Venezia. Venho confessar novamente. Me sinto mal em falar de Roma. Amei tudo na cidade. Mas conheci muito do seu exterior e pouco do interior. Não tive muito tempo para explorar os museus e ficar horas observando suas ruínas em detalhes. E é por essas e outras que afirmo que voltarei, e da próxima vez, com mais tempo e dedicação. 


Terceiro dia: Vaticano
Que dia! Acordamos bem cedo e como o Vaticano fica um pouco mais afastado resolvemos comprar o Biglietto Integrato Giornaliero, que seria o passe do dia do metrô. Você paga por apenas um bilhete e pode usá-lo por 24 horas quantas vezes for necessário a partir do momento em que você o validar. Por apenas 4 EUR. Fomos direto para a imensa fila do museu. Ele ainda se encontrava fechado, mas a fila já dava voltas seguindo os muros gigantes que cercam os limites da cidade do vaticano.


Era uma mistura de idiomas e etnias. Todos esperando a hora de vasculhar tudo e finalmente chegar a Capela Sistina e apreciar a bela arte de Michelangelo feita entre 1508 e 1512. Fomos uns dos primeiros a entrar naquele dia. Fomos pontuais. A entrada custou 14 EUR. Há banheiros de fácil acesso e uma ótima lanchonete lá dentro. Uma área aberta com lindo jardim e assentos. Durante todo o tempo você é vigiado por guardas que preservam o bom estado do lugar e zelam por sua segurança. Os apitos soam alto quando se faz algo proibido. Mesmo não sendo permitido, os turistas fotografam dentro da capela mesmo com alguns guardas que circulam pedindo silêncio entre "Shiiiiiiis" e "Please, no picture"


Entre as milhares de sala que entrávamos e saíamos do museu acabei me perdendo de Alexandre. Olhei para trás e simplesmente não o encontrei. Comecei então a voltar por onde já havia passado, seguindo o mapa que adquirimos na entrada. Até que chego em uma sala menor e encontro meu namorado com uma expressão de dor agachado ao chão. Um mal jeito nas costas. Ele mal conseguia se levantar. Levei-o para uma das áreas abertas e ajudei-o a sentar-se. Comprei uma água e fomos espairecer um pouco. Quando se sentiu melhor, resolvi não forçar tanto. Mas também não podíamos perder o dia e fomos tentar entrar na Basílica di San Pietro.



Entramos na imensa fila para entrar na Basílica. A primeira tentativa foi sem sucesso. Depois de toda a fila, quando fomos passar pela inspeção me barraram por estar com os ombros descobertos. Eu vestia um vestido longo, mas com os ombros a mostra também não entra. Saímos chateados, mas não nos damos por vencidos, comprei um lenço. Bastante bonito até. Custou 2,5 EUR. Cobri os ombros e voltamos para a fila. Dessa vez passamos e então de repente me senti abençoada. Tudo imenso como no resto da cidade. Imagens gigantes, anjos, água benta, portas, lustres, cúpulas, altares, santos. As luzes complementavam um ambiente sereno. Todo mundo cochichando em respeito ao silêncio. À direita da entrada a Pietà de Michelangelo. 


Na saída compramos alguns artigos religiosos. Miniaturas, terços, medalhas e outras lembranças para a família e amigos. Preços muito em conta. Indicamos procurar por uma loja chamada Soprani, ela fica na Via del Maschenino, paralela a Via di Porta Angelica, foi a loja com preços mais em conta que encontramos, e tem todo tipo de lembrança religiosa. Alexandre comprou uma linda miniatura do Coliseu e eu, que sou apaixonada por miniaturas bobiei nessa. Não vi e não levei. Calendários com imagens de Roma e do Vaticano também são boas lembranças. Mas a aventura do dia ainda estava por vir. Passamos pelo Castel Sant'Angelo, que estava fechado para reforma e em frente ao palácio da Justiça que é muito belo. Lindas pontes: Ponte Umberto I e Ponte Sant'Angelo. Havia por ali uma feirinha de artesanato e compramos um regalo para nossos anfitriões e seguimos a caminho da estação mais próxima. Alexandre ainda sentia a coluna e precisava se medicar. 


Quando chegamos na Stazione Lepanto ela estava fechada. Não sabíamos o motivo mas imaginamos ser alguma reforma, já que quase todos os lugares estavam com algum impedimento por estar passando por reestruturações. Impressionante como fazem isso justamente no verão e em férias de julho ainda. Pois bem. A estação mais póxima nos afastava do centro. mas era bem perto. Então fomos na direção da Stazione Ottaviano. Alexandre já quase se rendendo sentou-se no meio fio. Eu fui verificar a estação e estava também fechada e alguns papéis pregados na porta nos informava da greve. Logo no dia em que compramos o passe do dia o metrô resolveu entrar em greve e Alexandre resolveu sentir-se mal. 


Resolvi questionar com algum italiano sobre que transporte tomar neste caso e fui informada que os ônibus também estavam parando. Só havia taxi, ao qual não teríamos dinheiro disponível para tal viagem, naquele momento. A única saída era caminhar. Ótimo. Alexandre perecisava descontar a raiva em alguém. E advinhem a escolhida?! Fomos até o coliseu a pé. Quis fazer uma parada para um sorvete, com a finalidade de melhorar o clima, mas ele só pensava na cama. Tentativa sem sucesso. Parei no coliseu para refletir e apreciar o ultimo dia no meu lugar favorito de Roma. Alexandre seguiu sozinho.Sentada em um banco olhando para aquele sonho todo se tornar realidade; e me aproxima um daqueles indianos tão comuns pelas ruas da itália, querendo me vender bijouterias. Eu disse que não queria. Ele puxou minha mão e num ato compulsivo começou a enrolar a pulseira em meu fino pulso. Eu puxava de cá e ele de lá. "Non. io non vorrei questo, per favore. Ti ferma." Acredito que nem italiano ele deveria saber, mas resolveu deixar-me em paz.

Passei numa sorveteria e tomei o melhor sorvete de toda minha vida. Gelato di fico senza crema. Os sorvetes italianos são saborosíssimos. Os melhores. Quando estiverem na itália, seja onde for, tomem muito sorvete. De frutas do bosque, melão, cereja, figo, tiramissu e diversos sabores entre os mais tradicionais e os mais estranhos. A propósito, próximo a Fontana di trevi há uma ótima sorveteria que eu recomendo. Chama-se Ice Blue (ou Blue Ice), não me recordo. Foi recomendação de uma amiga, eu segui, e achei ótima.


Retornei a casa e a Giu foi conosco a farmácia comprar um protetor solar.(13 EUR). Pois é. No segundo dia em Roma estávamos ardendo a pele. Sol muito quente. Até as 22h era dia ainda. Se forem a Europa no verão, item imprescindível: Filtro Solar. Aproveitamos para comprar um daqueles adesivos que anestesiam e aliviam a dor(19,9EUR). A Giu nos fez um jantar maravilhoso. Macarrão frio com tomate, manjericão colhido na varanda e mussarela de búfala. Comemos com o vinho e de sobremesa frutas com presunto. O jantar foi ao ar livre na sacada do apartamento. Um calor insuportável. Mas uma noite linda, o céu da itália parece mais próximo. No dia seguinte Alexandre já estava se sentindo bem melhor. E já estava pronto para colocar a mochila nas costas rumo a Firenze.

A Giu nos ensinou a comprar o bilhete de trem. A Itália toda você pode viajar seguramente e por um custo muito pequeno de trem. São eficientes, e tem opções diversas de preço e confortabilidade. A compra do bilhete pode ser feita em bilheteria pessoal ou eletrônica. As pessoas estão sempre lotadas de turistas então, vale a pena arriscar a eletrônica. É muito simples. Tem opções em diversos idiomas e é so clicar as opções na tela. Você aprende muito rápido. Ela imprime na hora para você assim que você introduzir o dinheiro. E ela dá troco também. A passagem de Roma para Florença foi 15,8 EUR. 


Foto 1: As ruínas do Fórum Romano 
Foto 2: O coliseu visto durante a noite
Foto 3: Oráculo do Pantheon: fonte de luz natural 
Foto 4: A Fontana di Trevi, um dos cartões postais de Roma
Foto 5: Pátio do Museu do Vaticano
Foto 6: Pietà de Michelangelo
Foto 7: Basílica de São Pedro no Vaticano
Foto 8: Imagem em Vitral dentro do Museu do Vaticano
Foto 9: Alexandre descansa e aprecia mais uma paisagem antiga de Roma 
 

Comentários

Adorei o post de Roma! Parabéns! (...) E todos os indianinhos-vendedores-ambulantes que ficam próximos ao Coliseu querem insistir para que compremos tripé para câmera fotográfica! hehe

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