Chile: Saindo um pouco da rota...

O objetivo central do blog não é dar notícias do mundo, mas sim ajudar, com experiências, a planejar a sua viagem. Entretanto, acredito que quem planeja ir ao Chile, procura algumas informações a respeito do terremoto sofrido no país neste sábado. Então, hoje, vou publicar um relato de um brasileiro que mora há um mês em Santiago.

O analista de sistemas, André Almeida,  mora na comuna de los condes em Santiago. O brasileiro de 29 anos conta o que sentiu e como está sendo esses dias após o terremoto que já deixou 708 mortos no Chile.

O tremor foi o mais forte nos últimos 25 anos. Em alguns lugares ao sul chegou a 9 graus. O centro de Santiago foi o mais afetado por causa das construções mais antigas e com pouco preparo. O prédio em que moramos é preparado para esse tipo de tremor, mas os edifícios são projetados para "balançar". Acordamos as 3h44 da manhã com o apartamento balançando. Horrível! Coisa de filme, realmente assustador. O procedimento é correr para o marco da porta de entrada. É o lugar mais seguro.

Aqui em casa só quebrou um copo, teve algumas portas empenadas e paredes descascadas, mas foi só. Ontem, logo depois do terremoto, muita gente pegou o carro e saiu por aí, para onde eu não sei. Então acaba que vira um certo caos na cidade.

O metrô estava parado, mas hoje voltou a funcionar em Santiago, o gás ainda está cortado, pontes e ruas danificada e o aeroporto está fechado por três dias. Foi decretado estado de catástrofe. A energia já voltou em quase toda Santiago. Em relação ao comércio, quase nada abriu. As coisas estão se normalizando aos poucos. O centro é que vai demorar mais um pouco pra arrumar, claro!

Como ainda não estamos saindo de casa, por recomendação de autoridades, não sabemos muito do que acontece nas ruas, só pela TV. No entanto, ela quase não mostra Santiago, e sim as regiões mais afetadas: Concepción, Maule, Bío-Bío, Talca, Valparaíso...

A coisa mais chata é que ficamos o dia todo apreensivos porque as réplicas do tremor, mesmo que pequenas, acontecem a toda hora. Ou seja, volta e meia o apartamento volta a tremer. Agora devem ocorrer réplicas por semanas, ou meses. Ontem sentimos mais de 30, todas bem leves.

Foi a primeira vez que presenciamos isso, e ainda estamos nos sentindo um pouco sozinhos aqui. Ainda não temo amigos ou conhecidos para ir para casa deles e essas coisas. Para mim essa está sendo uma coisa ruim. Estamos começando a conversar com o pessoal da comunidade do Brasil. Eles devem se reunir logo. Enfim, seguimos todos bem, e em frente.

Sobre o que pensar na hora H... Pensar? Ah, tem terremoto aqui! E pulei da cama. Eu e minha esposa, Isadora. Ela correu para pegar a “Juju”. Eu fui direto abrir a porta, ficamos no tal marco. Ficou mais um minuto e meio balançando bastante. Todos os vizinhos já estavam lá esperando o tremor passar. Depois que parou, descemos para a portaria a espera da réplica. Ficamos lá quase 2 horas. Então subimos. Ela veio às 6h30, quando já estávamos deitados novamente. Não dá para pensar direito, é tudo muito rápido. Para falar a verdade, nem lembro muito bem.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Irlanda um pouquinho mais perto de BH

Novo nome, endereço novo, novas viagens, vida nova!

Não economize nas ligações para a família